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Qual a função de um mestre de obras? Conheça a atuação desse profissional.

26 de março de 2018
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É bastante comum, principalmente entre os universitários da área da construção civil, a dúvida sobre a real função e formação do mestre de obras. A ideia de ser mestre e, até mesmo, líder é presente em todas as profissões onde existem dois ou mais funcionários trabalhando em conjunto a fim de um objetivo em comum, e com as construções não poderia ser diferente. Nas construções nós temos um pilar muito importante da organização da obra, o Mestre de Obras, que é o responsável pelos operários, encaminhamento da obra e materiais da construção.

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Receber e fiscalizar os materiais da construção é uma das funções do mestre de obras, mas ele também coordena e examina os trabalhos realizados por todos os participantes da obra a fim de conferir a qualidade desses trabalhos. Além dessa função específica, o profissional fica responsável por transmitir recomendações dadas pelo engenheiro ou arquiteto responsável pela obra.

 

Conheça a rotina diária de um mestre de obras

Agenor Avelino da Silva, de 65 anos, só tem uma rotina certa no dia: o horário de chegar ao trabalho. Às 7h00 em ponto, auxilia na entrada dos operários de uma obra residencial em São Bernardo do Campo, município de São Paulo. Quando termina de indicar aos trabalhadores os serviços do dia, já não tem mais programação.

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A obra não tem rotina, garante Agenor, mestre de obras da construtora MBigucci há três anos. Para conquistar o cargo, ele trabalhou 32 anos na área, 20 deles na empresa atual. Já foi ajudante, carpinteiro e encarregado, o que lhe deu experiência para a função. Segundo ele, o maior desafio de um mestre de obras é conseguir tocar os serviços seguindo as metas semanais, e com muito jogo de cintura para lidar com os operários.

Na maioria das vezes, o mestre de obras trabalha em mais de um canteiro por dia. Houve uma época, por exemplo, em que Agenor já tomou conta de três obras ao mesmo tempo. E garante que a maioria dos mestres de obras trabalha sempre em mais de uma. Hoje, o funcionário da MBigucci toca dois canteiros ao mesmo tempo, ambos em São Bernardo do Campo. Sempre estou naquele que mais está precisando de mim, diz.

Além disso, participa de reuniões semanais com a construtora. Toda segunda- feira, das 8h00 às 10h00, está na sede do escritório da MBigucci para discutir o plano semanal de execução da obra. Tem interface direta também com o almoxarifado, já que é responsável por saber o que falta de material e fazer os pedidos, sempre com a ajuda dos oficiais, que indicam o que precisa ser comprado.

De dois em dois meses, aproximadamente, as obras passam por auditoria. Nesses dias, conta Agenor, o trabalho costuma ser mais agitado. Ele também tem contato direto com o auditor fiscal, que sempre lhe faz perguntas de como andam as frentes de serviço, quais estão atrasadas e por quê. Ao final de cada dia de auditoria, sempre há novos serviços e ajustes a serem feitos.

Agenor conta ainda que quando a obra está em fase de acabamento, é tudo muito mais complicado. Por conta de detalhes que acabam passando desapercebidos na execução da estrutura e fechamento, os acabamentos costumam apresentar desalinhamentos. Ou as placas de drywall em algumas paredes ficam mal-encaixadas. Ou até mesmo a posição das iluminações externas, que foram desenhadas em projeto, precisa ser mudada em última hora, exemplifica. As situações são diversas e quando o serviço não pode ser reexecutado, o mestre de obras e o engenheiro avaliam a melhor decisão a ser tomada.

O trabalho de Agenor começa às 7h00 e segue até às 17h00. Mas nem sempre sai nesse horário. Às vezes, Agenor chega a ficar na obra até mais tarde e, no dia seguinte, não se atrasa. Para ser um bom mestre de obras, Agenor garante que a forma de se relacionar com os trabalhadores, sempre trabalhando em parceria e com muito respeito, é o segredo. Imposição também não pode faltar, acredita.

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