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Asfaltos regenerativos: tecnologia aplicada na redução dos buracos

07 de julho de 2019

A problemática dos buracos no asfalto é recorrente na malha rodoviária brasileira e na maioria dos países do mundo. Nessas situações, os usuários das rodovias são colocados em risco, motoristas são obrigados a dirigir desviando, podendo causar acidentes e, caso caiam em buracos com frequência, o custo de manutenção dos veículos é alto.

Diante desse estresse, o desenvolvimento de novos tipos de material rodoviário vem sendo largamente investigado, visando reduzir custos de manutenção das pistas e evitar o risco aos usuários. Nesse sentido, o Centro de Engenharia de Transporte de Nottingham trouxe a ideia do asfalto regenerativo, que constitui um material que poderia reduzir a frequência necessária de reparos nas estradas e, esperançosamente, ajudar a transformar buracos em uma memória distante.

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Formação dos buracos no asfalto

Estradas de asfalto são compostas de agregados minerais que dão estabilidade estrutural, e betume, um líquido viscoso que une os outros materiais. Quando rachaduras aparecem na estrada, o betume é drenado nas rachaduras e enche-as. O problema é que o betume é um líquido muito viscoso em temperaturas normais, e a ?cura? das rachaduras pode levar semanas. Com o tráfego regular, a taxa de crescimento das rachaduras pode ocorrer em um ritmo mais rápido do que eles são preenchidos, formando os buracos.

 

Regeneração do asfalto

Para acelerar a ?cura? da estrada, está sendo explorada a adição de minúsculas cápsulas contendo rejuvenescedores de asfalto, como óleo de girassol, ou tall oil, um subproduto da produção de papel. (De acordo com eles, a inspiração para as cápsulas veio ao assistir a um episódio da versão em espanhol da série de TV MasterChef, em que um competidor usou uma técnica para formar esferas que se assemelham a caviar quando submersas em um líquido.)

A ideia é que quando as estradas começam a rachar, as cápsulas se abrem e liberam o óleo, amolecendo o asfalto circundante. Isso ajuda o asfalto a se unir mais rapidamente, preenchendo efetivamente as rachaduras e evitando que pequenos defeitos se deteriorem e aumente, formando os buracos. Em laboratório, Sam Leworthy, da Universidade de Nottingham, explica como o processo funciona:

 

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Com essa ideia, espera-se atrasar os primeiros buracos em pelo menos cinco anos, reduzindo a necessidade de manutenção e todos os problemas que surgem, como atrasos no trânsito e nas viagens.

 

Reparo por aquecimento

Também visando solucionar essa problemática, um asfalto capaz de fechar buracos sozinho foi desenvolvido e está sendo testado em uma estrada de 400 metros na Holanda, na Europa. O material que se autorregenera foi desenvolvido pelo engenheiro e pesquisador Erik Schlanger, da Universidade de Tecnologia de Delf.

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?Testamos uma seção de 400 metros de estrada no sul dos Países Baixos. Aplicamos calor de indução e ele funciona perfeitamente. Pegamos várias amostras da estrada e envelhecemos no laboratório, colocando-as no forno e pulverizando-as com água e, em seguida, aplicamos o calor de indução. Os testes provaram que podemos dobrar a vida útil da superfície de asfalto ou talvez ainda mais?, disse Schlangen.

A proposta do novo material é adicionar pequenos pedaços de palha de aço (menos de um por cento do volume) ao betume. A cada quatro anos, tempo em que o asfalto começa a sofrer oxidação, grandes máquinas que usam energia de indução que geram um campo magnético, são passadas em cima dele. Esse procedimento esquenta o aço que, por sua vez, derrete o betume em volta e, consequentemente, o faz colar de novo nos agregados.

 

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O asfalto usado na Holanda é mais poroso e reduz ruídos, por isso tem menor vida útil – 8 anos. Já o asfalto comum utilizado no Brasil, tem vida útil média de 24 anos.  Apesar das diferenças, o pesquisador diz que a adição da palha de aço também pode dobrar a durabilidade desse tipo de asfalto. Por fim, Schlangen acrescenta que o procedimento precisa ser feito antes que as rachaduras se transformem em buracos.

 

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Será que esse é o fim das crateras nas estradas?

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